segunda-feira, 22 de maio de 2017

Como Tudo Começou Parte 1

Como tudo começou? Não sei ao certo sou sincero, mas uma coisa tenho a certeza na minha cabeça este sonho já pairava algum tempo, talvez por volta dos 18 anos não sei bem. Antes de falar de como surgiu esta ideia e das várias opções de férias até a esta decisão vou falar da minha paixão por motas, daí o título deste texto ter um duplo significado.
Sinceramente não sei se não está marcado no meu código genético. Sei que o meu pai tinha 12 anos e já roubava a Sachs Lebre ao meu avô, nos dias de hoje coitado do homem, tinha a comissão de protecção dos menores à perna, porque o filho não tinha bicicleta e a única coisa parecida com duas rodas que havia em casa era a tal  Sachs Lebre. A cadeia do gosto das motas já vai na 3ª geração portanto (espero poder ter a quem transmitir um dia).
O meu gosto manifesta-se quando?

O ano preciso não sei, existem "relatos" de que gostava de andar numa Zundapp Macal azul (ainda existe e anda), disseram-me que andava com o meu pai, sentado à frente com as mãos bem agarradas ao depósito, aí começou o gosto pelo vento na cara, sentir o cheiro da liberdade. Como vos disse há pouco só pode ser genético sim, tive a mesma imagem quando o meu irmão nasceu, desta vez eu como condutor, sim eu como condutor, tarde mas a vida passados 17 anos da minha existência trouxe-me um irmão, como irmãos que somos partilhamos genes e não é que o gene das motas também passou para ele! Mas eu quando comecei a andar? A autoridades que desculpem, tal como as mentes mais censurais, senão me engano tinha eu uns 13, 14 anos quando comecei a queimar pneus e gasolina de mistura, sim foram alguns depósitos, todos os dias lá ia eu tirar a mota da loja, uma voltinha sem muitos alaridos, sem carta não me podia aventurar muito, sentir o vento na cara, os cheiros por onde passava, melhor sensação do mundo, quem anda de mota, os verdadeiros motard sabem do que falo. Até ter a carta de condução foi durante anos a minha diversão, roubar a mota ao meu pai quando não tinha o consentimento, bem como gasolina, pobre homem, quantas vezes foi ao garrafão e ele cheio de ar, felizmente não me dava muito na cabeça, sabia perfeitamente que a culpa era dele, herdei este material genético dele. Mas falando destes pormenores esqueci-me de um, enquanto "roubava" a velha Zundapp os meus olhos reluziam ao ver parada ao lado a Suzuki GS500  do meu cota, era o sonho, confesso que me sentei muitas vezes nela, só para lhe sentir o peso. Muitos minutos, horas, a namorá-la, a desejar que chegassem os 18 anos para poder andar nela. Depois veio a carta, esperei até aos 18 com muito custo, o meu pai dizia-me para tirar aos 16, mas assim tinha de ir la outra vez para andar com aquela por quem tinha um amor platónico, via mas não mexia, doí ter algo a nossa frente que queremos tanto e não lhe podermos tocar. Como eu desejava que chegassem os 18, poder andar km sem preocupação, eu e ela. Ter tirado a carta foi dos melhores presentes que os meus pais me deram sem dúvida, logo carta de carro e mota, se a primeira dava jeito para ir até à faculdade a segunda dava igualmente para alimentar este vício. Vício bom, que não dá ressaca, mas dá-nos um prazer... Quantas vezes ouvi "onde vais com a mota?", quase todas as vezes respondi que não sabia, vou por aí, onde ela me levar!

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